quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Retrospectiva 2018: Will's - Os 10 melhores combates da América em 2018

Fala, galera, quem lhes escreve é o Will e hoje estarei trazendo a vocês os 10 melhores da América em 2018, com algumas notas e comentários.

Caso tenha sua lista, deixe-a nos comentários.


10. ROH TV (08/09): Jay Lethal vs. Jonathan Gresham

Todos que viram os combates anteriores entre ambos, sabiam da expectativa criada em cima desse combate.

Se pudesse descrever brevemente, seria o "fino" do technical wrestling. Simples, construído gradativamente até o closing stretch, com inúmeros strikes e submissions, com uma pitada de uma clássica Title Match, mas também com elementos particulares de ambos. Jon Gresham é um dos caras que não recebe muita atenção por seu trabalho e que vem aos poucos ganhando destaque, mas realmente não decepcionou no que foi, possivelmente, o mais importante combate de sua carreira até então. [****½]



9. ROH Final Battle 2018: SCU vs. The Briscoes vs. The Young Bucks

Dificilmente uma Ladder War, quando ocorre, fica de fora de uma lista de MOTY, embora a deste ano não tenha sido do mesmo nível da de 2016.

Como uma boa e velha Ladder Match, ela cumpriu seu papel mantendo o público entretido e enérgico após um combate desastroso entre Cody e Lethal, com inúmeros spots, sangue e uma boa dose de violência e fechando o pay-per-view com um grande combate e a despedida da SCU e dos Young Bucks, dando ao público e a si mesmos algo para se lembrar pelo que fizeram pela empresa nos últimos anos. [****½]


8. PWG BOLA 2018 - Dia 3: Shingo Takagi vs. Bandido vs. Jeff Cobb

Essa foi a minha final favorita do torneio em anos, sem rever, provavelmente desde Speedball vs. Sabre Jr. vs. Chris Hero em 2015, o que diz muito.

Indo para o torneio, era meio óbvio que Bandido iria longe, por todo seu laço desenvolvido com o público da empresa durante o ano, se tornando o fan favorite e lhe abrindo inúmeras portas para outras empresas, principalmente por suas aparições na Dragon Gate e na própria PWG. Cobb e Takagi, por outro lado, foram gratas surpresas. Takagi, que na minha opinião foi o MVP do torneio junto a Bandido, não desempenhou um papel tão importante na final, o que foi decepcionante, principalmente por ter derrotado WALTER, World Champion da empresa na época, porém, as interações finais entre Bandido e Cobb não fizeram isso tão perceptível de tão excelentes que foram. Bom pace, um bom vencedor e excelentes interações, que é o que você espera de uma final de BOLA que não possuiu tanta história envolvida. [****½]


7. WWN Mercury Rising 2018: Matt Riddle vs. Will Ospreay

Me lembro que a WrestleMania Week desse ano gerou grandes expectativas e por conta do site, eu vinha assistindo e cobrindo inúmeros shows, e essa foi a grande primeira grande match que eu vi naquele período. E sim, eles vão ter estar em dois Top's.

Esse foi de longe um dos melhores sprints do ano, com 13 minutos de uma história simples, com Ospreay estando com o pescoço lesionado (de verdade) e Riddle trabalhando sobre o mesmo e se aproveitando da situação. Bom selling, crowd eufórica, boa história, ótimos nearfalls e um callback a uma das melhores matches de todos os tempos entre Okada e Shibata no Sakura Genesis do ano passado fizeram um grande combo para um grande combate. [****¾]


6. PWG BOLA 2018 - Dia 1: WALTER & Timothy Thatcher vs. Ilja Dragunov & Shingo Takagi

Eu simplesmente enlouqueci quando esse combate foi anunciado, porque, convenhamos, não é de esperar menos dos quatro envolvidos do que uma candidata a MOTY.

São quatro rapazes que não pegam leve, então, foram chops e porradas para todos os lados. O combate foi construído gradativamente até o closing stretch, que tiveram inúmeros ótimos momentos e interações entre os participantes. Meu tipo de tag match. [****¾]


5. NJPW Strong Style Evolved: The Golden Lovers vs. The Young Bucks

Voltemos até onde a história Kenny Omega vs. Bullet Club estava interessante e a relação dos Golden Lovers não fazia o Ibushi parecer um sidekick (bons tempos). 

Ame ou odeie, eles conseguiram contar perfeitamente a história desenvolvida até o momento naquela época do ano no Being the Elite e nos shows da NJPW, com a lesão nas costas do Matt (que foi vendida com perfeição), a relutância do Kenny em querer lutar contra seus amigos apesar dos acontecidos, além de outros pequenos elementos, como Ibushi forçando Kenny a finalizar as coisas, mostrando que seu laço com o mesmo era mais forte do que a relação com Matt e Nick. Junte todas essas coisas a uma ótima ação, e obviamente você terá algo excelente. [****¾]


4. WWE NXT - 11/07: Moustache Mountain vs. Undisputed ERA

É, o solo americano produziu grandes tag matches esse ano, diferentemente do ano passado. 

Quando eu soube da troca dos títulos, sinceramente, não estava esperando algo de muito esforço entre ambos os times, principalmente por ter um encontro marcado para o TakeOver que viria, mas foi algo simplesmente espetacular para um show semanal.

Strong e O'Reilly foram ótimos em seus papéis, mostrando agressão e que não precisavam de ajuda para conseguir vencer todas as vezes, mas Seven realmente estava em outro nível, com um selling magnífico e uma performance como babyface espetacular, que contribuiu e muito para o drama, apesar de muitos que assistem os shows saberem dos resultados. Referência em excelência com o simples. [****¾]


3. WWE NXT TakeOver War Games II: Aleister Black vs. Johnny Gargano

Apesar de pensar que a WWE não tinha mais para onde ir com o Gargano, o retorno do Black lhe fez bem com esse pressuposto heel turn, que eu enxergava e teria feito de maneira diferente.

Eu sabia do potencial do Gargano como heel após ver boa parte de seu trabalho na Dragon Gate USA e ele trouxe esse lado de volta, violento na medida certa, mas ainda não deixando o lado do tradicional heel. Black é uma estrela e é de longe o meu wrestler favorito dentro do NXT no momento, e esse foi, de longe, o combate que mais fez isso transparecer. O sprint fez sentido, já que tudo foi construído como uma grudge match entre ambos, mas ainda sim, eles fizeram um pouco demais. Talvez uma maneirada ou um corte de tempo tivesse feito melhor, mas ainda, foi algo espetacular. [****¾]



2. WWE NXT TakeOver New Orleans 2018: Johnny Gargano vs. Tommaso Ciampa

Ah, o tão esperado combate entre ambos, quem dera tivesse acabado por aqui...

Possivelmente a conclusão perfeita da história entre ambos, com Gargano finalmente conseguindo uma vitória em um TakeOver contra o fantasma que lhe assombrou durante um ano. Embora eu não seja fã da história ter continuado tão subsequentemente, com 3 TakeOver's seguidos, não há como descredibilizar ambos naquele momento. Eu estava esperando algo diferente, mais como uma brawl e um sprint, similar ao combate do Gargano contra o Aleister Black, mas eles optaram por algo mais lento e gradativo, o que me agradou muito após rever, pois você consegue perceber com mais clareza os elementos que ambos quiseram implemente na história, e depois, obviamente, um closing stretch que não te faz tirar os olhos da tela. Não há muito o que escrever aqui, ambos fizeram o público viver a história, a estipulação e a ação, que juntos, fazem o conjunto perfeito. [*****]


1. WWE NXT TakeOver Philadelphia: Andrade "Cien" Almas vs. Johnny Gargano

Escrevendo o review desse combate já em janeiro, eu sabia que ele ranquearia alto na minha lista de fim de ano e que dificilmente seria desbancado, principalmente por todo o investimento e expectativa que eu havia colocado no mesmo quando anunciado.

Após terem uma das melhores matches da WWE no ano passado, aqui estão Almas e Gargano, que levando em consideração a direção dos planos do NXT pelo que se podia observar no ano passado, é um main event de pay-per-view mais improvável que eu chutaria em setembro/outubro do ano passado.  Toda a construção da história de ambos até o topo é um tanto quanto interessante e acho que um dos grandes trabalhos em questão de booking no ano passado.

Almas, que não possuía interesse e não se esforçava, além de sua incrível auto-confiança, acabava por nunca se encontrar e isto lhe custou inúmeras derrotas por um longo tempo, até encontrar Zelina, que lhe colocou nos trilhos, culminando em sua boa fase e por fim, o topo da montanha no TakeOver "War Games". Gargano, por outro lado, apesar de ter um dos maiores corações da empresa e auto-empenho, vinha em incrível declínio desde que foi traído por Ciampa, culminando em uma sequência enorme de derrotas, uma delas, no pre-show da grande coroação de Almas, para o menos experiente Pete Dunne. Por tempos, Gargano foi se adaptando as derrotas, não sabendo mais o que poderia fazer, até que, uma vitória, no mínimo, surpreendente, contra o maior e mais forte Kassius Ohno, deu-lhe o "boost" de confiança que precisava para alcançar a maior oportunidade de sua vida, e pela frente, tinha o mesmo homem que lhe derrotou duas vezes anteriormente, mas não somente ele, mas como o fator extra, Zelina, que lhe custou sua vitória contra Almas anteriormente em um TakeOver.

Para muitos que não estão familiarizados com as histórias por trás de tudo, esse combate pode ter soado como uma "indy mess" baseada em moves, mas não, longe disto. Tudo possuía um sentimento especial, de algo grande, de dois caras que deram a volta por cima e que naquele dia, seria a noite de Gargano. Tudo, por fim, acabou por culminar em algo espetacular. Toda a construção do underdog em Gargano, do campeão confiante por ter um recorde positivo sobre o mesmo e ter certeza de sua vitória. Ambos claramente trabalharam com liberdade, construíram e mantiveram a base sólida, com um começo lento, trabalho controlado e cimentado focado no pescoço, onde o finisher de ambos justamente toma parte, nearfalls incríveis, moves não somente brutais, mas com estética e perfeitamente executados. Apesar de não ser um fã de interferências, elas foram perfeitamente dosadas e colocadas no momento certo, não interferindo no clímax e fazendo com que a crowd se mantivesse investida, não tornando-se fruto do overbooking. No fim, apesar de todo seu coração, Gargano não foi páreo. Uma grande história, um grande vilão, um grande babyface e wrestling excepcional. Não há mais pelo que pedir. [*****]

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