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quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Retrospectiva 2018: Will's - Os 10 melhores combates da América em 2018

Fala, galera, quem lhes escreve é o Will e hoje estarei trazendo a vocês os 10 melhores da América em 2018, com algumas notas e comentários.

Caso tenha sua lista, deixe-a nos comentários.


10. ROH TV (08/09): Jay Lethal vs. Jonathan Gresham

Todos que viram os combates anteriores entre ambos, sabiam da expectativa criada em cima desse combate.

Se pudesse descrever brevemente, seria o "fino" do technical wrestling. Simples, construído gradativamente até o closing stretch, com inúmeros strikes e submissions, com uma pitada de uma clássica Title Match, mas também com elementos particulares de ambos. Jon Gresham é um dos caras que não recebe muita atenção por seu trabalho e que vem aos poucos ganhando destaque, mas realmente não decepcionou no que foi, possivelmente, o mais importante combate de sua carreira até então. [****½]



9. ROH Final Battle 2018: SCU vs. The Briscoes vs. The Young Bucks

Dificilmente uma Ladder War, quando ocorre, fica de fora de uma lista de MOTY, embora a deste ano não tenha sido do mesmo nível da de 2016.

Como uma boa e velha Ladder Match, ela cumpriu seu papel mantendo o público entretido e enérgico após um combate desastroso entre Cody e Lethal, com inúmeros spots, sangue e uma boa dose de violência e fechando o pay-per-view com um grande combate e a despedida da SCU e dos Young Bucks, dando ao público e a si mesmos algo para se lembrar pelo que fizeram pela empresa nos últimos anos. [****½]


8. PWG BOLA 2018 - Dia 3: Shingo Takagi vs. Bandido vs. Jeff Cobb

Essa foi a minha final favorita do torneio em anos, sem rever, provavelmente desde Speedball vs. Sabre Jr. vs. Chris Hero em 2015, o que diz muito.

Indo para o torneio, era meio óbvio que Bandido iria longe, por todo seu laço desenvolvido com o público da empresa durante o ano, se tornando o fan favorite e lhe abrindo inúmeras portas para outras empresas, principalmente por suas aparições na Dragon Gate e na própria PWG. Cobb e Takagi, por outro lado, foram gratas surpresas. Takagi, que na minha opinião foi o MVP do torneio junto a Bandido, não desempenhou um papel tão importante na final, o que foi decepcionante, principalmente por ter derrotado WALTER, World Champion da empresa na época, porém, as interações finais entre Bandido e Cobb não fizeram isso tão perceptível de tão excelentes que foram. Bom pace, um bom vencedor e excelentes interações, que é o que você espera de uma final de BOLA que não possuiu tanta história envolvida. [****½]


7. WWN Mercury Rising 2018: Matt Riddle vs. Will Ospreay

Me lembro que a WrestleMania Week desse ano gerou grandes expectativas e por conta do site, eu vinha assistindo e cobrindo inúmeros shows, e essa foi a grande primeira grande match que eu vi naquele período. E sim, eles vão ter estar em dois Top's.

Esse foi de longe um dos melhores sprints do ano, com 13 minutos de uma história simples, com Ospreay estando com o pescoço lesionado (de verdade) e Riddle trabalhando sobre o mesmo e se aproveitando da situação. Bom selling, crowd eufórica, boa história, ótimos nearfalls e um callback a uma das melhores matches de todos os tempos entre Okada e Shibata no Sakura Genesis do ano passado fizeram um grande combo para um grande combate. [****¾]


6. PWG BOLA 2018 - Dia 1: WALTER & Timothy Thatcher vs. Ilja Dragunov & Shingo Takagi

Eu simplesmente enlouqueci quando esse combate foi anunciado, porque, convenhamos, não é de esperar menos dos quatro envolvidos do que uma candidata a MOTY.

São quatro rapazes que não pegam leve, então, foram chops e porradas para todos os lados. O combate foi construído gradativamente até o closing stretch, que tiveram inúmeros ótimos momentos e interações entre os participantes. Meu tipo de tag match. [****¾]


5. NJPW Strong Style Evolved: The Golden Lovers vs. The Young Bucks

Voltemos até onde a história Kenny Omega vs. Bullet Club estava interessante e a relação dos Golden Lovers não fazia o Ibushi parecer um sidekick (bons tempos). 

Ame ou odeie, eles conseguiram contar perfeitamente a história desenvolvida até o momento naquela época do ano no Being the Elite e nos shows da NJPW, com a lesão nas costas do Matt (que foi vendida com perfeição), a relutância do Kenny em querer lutar contra seus amigos apesar dos acontecidos, além de outros pequenos elementos, como Ibushi forçando Kenny a finalizar as coisas, mostrando que seu laço com o mesmo era mais forte do que a relação com Matt e Nick. Junte todas essas coisas a uma ótima ação, e obviamente você terá algo excelente. [****¾]


4. WWE NXT - 11/07: Moustache Mountain vs. Undisputed ERA

É, o solo americano produziu grandes tag matches esse ano, diferentemente do ano passado. 

Quando eu soube da troca dos títulos, sinceramente, não estava esperando algo de muito esforço entre ambos os times, principalmente por ter um encontro marcado para o TakeOver que viria, mas foi algo simplesmente espetacular para um show semanal.

Strong e O'Reilly foram ótimos em seus papéis, mostrando agressão e que não precisavam de ajuda para conseguir vencer todas as vezes, mas Seven realmente estava em outro nível, com um selling magnífico e uma performance como babyface espetacular, que contribuiu e muito para o drama, apesar de muitos que assistem os shows saberem dos resultados. Referência em excelência com o simples. [****¾]


3. WWE NXT TakeOver War Games II: Aleister Black vs. Johnny Gargano

Apesar de pensar que a WWE não tinha mais para onde ir com o Gargano, o retorno do Black lhe fez bem com esse pressuposto heel turn, que eu enxergava e teria feito de maneira diferente.

Eu sabia do potencial do Gargano como heel após ver boa parte de seu trabalho na Dragon Gate USA e ele trouxe esse lado de volta, violento na medida certa, mas ainda não deixando o lado do tradicional heel. Black é uma estrela e é de longe o meu wrestler favorito dentro do NXT no momento, e esse foi, de longe, o combate que mais fez isso transparecer. O sprint fez sentido, já que tudo foi construído como uma grudge match entre ambos, mas ainda sim, eles fizeram um pouco demais. Talvez uma maneirada ou um corte de tempo tivesse feito melhor, mas ainda, foi algo espetacular. [****¾]



2. WWE NXT TakeOver New Orleans 2018: Johnny Gargano vs. Tommaso Ciampa

Ah, o tão esperado combate entre ambos, quem dera tivesse acabado por aqui...

Possivelmente a conclusão perfeita da história entre ambos, com Gargano finalmente conseguindo uma vitória em um TakeOver contra o fantasma que lhe assombrou durante um ano. Embora eu não seja fã da história ter continuado tão subsequentemente, com 3 TakeOver's seguidos, não há como descredibilizar ambos naquele momento. Eu estava esperando algo diferente, mais como uma brawl e um sprint, similar ao combate do Gargano contra o Aleister Black, mas eles optaram por algo mais lento e gradativo, o que me agradou muito após rever, pois você consegue perceber com mais clareza os elementos que ambos quiseram implemente na história, e depois, obviamente, um closing stretch que não te faz tirar os olhos da tela. Não há muito o que escrever aqui, ambos fizeram o público viver a história, a estipulação e a ação, que juntos, fazem o conjunto perfeito. [*****]


1. WWE NXT TakeOver Philadelphia: Andrade "Cien" Almas vs. Johnny Gargano

Escrevendo o review desse combate já em janeiro, eu sabia que ele ranquearia alto na minha lista de fim de ano e que dificilmente seria desbancado, principalmente por todo o investimento e expectativa que eu havia colocado no mesmo quando anunciado.

Após terem uma das melhores matches da WWE no ano passado, aqui estão Almas e Gargano, que levando em consideração a direção dos planos do NXT pelo que se podia observar no ano passado, é um main event de pay-per-view mais improvável que eu chutaria em setembro/outubro do ano passado.  Toda a construção da história de ambos até o topo é um tanto quanto interessante e acho que um dos grandes trabalhos em questão de booking no ano passado.

Almas, que não possuía interesse e não se esforçava, além de sua incrível auto-confiança, acabava por nunca se encontrar e isto lhe custou inúmeras derrotas por um longo tempo, até encontrar Zelina, que lhe colocou nos trilhos, culminando em sua boa fase e por fim, o topo da montanha no TakeOver "War Games". Gargano, por outro lado, apesar de ter um dos maiores corações da empresa e auto-empenho, vinha em incrível declínio desde que foi traído por Ciampa, culminando em uma sequência enorme de derrotas, uma delas, no pre-show da grande coroação de Almas, para o menos experiente Pete Dunne. Por tempos, Gargano foi se adaptando as derrotas, não sabendo mais o que poderia fazer, até que, uma vitória, no mínimo, surpreendente, contra o maior e mais forte Kassius Ohno, deu-lhe o "boost" de confiança que precisava para alcançar a maior oportunidade de sua vida, e pela frente, tinha o mesmo homem que lhe derrotou duas vezes anteriormente, mas não somente ele, mas como o fator extra, Zelina, que lhe custou sua vitória contra Almas anteriormente em um TakeOver.

Para muitos que não estão familiarizados com as histórias por trás de tudo, esse combate pode ter soado como uma "indy mess" baseada em moves, mas não, longe disto. Tudo possuía um sentimento especial, de algo grande, de dois caras que deram a volta por cima e que naquele dia, seria a noite de Gargano. Tudo, por fim, acabou por culminar em algo espetacular. Toda a construção do underdog em Gargano, do campeão confiante por ter um recorde positivo sobre o mesmo e ter certeza de sua vitória. Ambos claramente trabalharam com liberdade, construíram e mantiveram a base sólida, com um começo lento, trabalho controlado e cimentado focado no pescoço, onde o finisher de ambos justamente toma parte, nearfalls incríveis, moves não somente brutais, mas com estética e perfeitamente executados. Apesar de não ser um fã de interferências, elas foram perfeitamente dosadas e colocadas no momento certo, não interferindo no clímax e fazendo com que a crowd se mantivesse investida, não tornando-se fruto do overbooking. No fim, apesar de todo seu coração, Gargano não foi páreo. Uma grande história, um grande vilão, um grande babyface e wrestling excepcional. Não há mais pelo que pedir. [*****]

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Retrospectiva 2018: 7 temas que marcaram o ano

O ano de 2018 está chegando ao fim e, como não pode deixar de ser, começamos a ver vários ‘tops’ com os melhores do ano ou as várias empresas recordando os seus pontos mais altos. Por essa razão, eu decidi trazer até vós alguns daqueles que considero os pontos mais importantes do ano na indústria.

A primeira 7-Star Match da história


Vamos começar por falar um pouco sobre o combate que Kenny Omega e Kazuchika Okada tiveram no NJPW Dominion 6.9 in Osaka-Jo Hall, no passado mês de junho. Ambos os lutadores começaram uma rivalidade entre si quando Omega venceu o G1 Climax em 2016 e Okada era o IWGP Heavyweight Champion, levando então a uma luta entre ambos no Wrestle Kingdom 2017 que acabou sendo vencida pelo japonês. Nesse mesmo ano, uma revanche foi realizada no Dominion, no entanto, nenhum dos dois venceria devido ao limite de 60 minutos ter sido atingido. Cerca de dois meses depois, voltaram a se encontrar no torneio G1 Climax e, dessa vez, seria Omega a sair como vencedor. Feitas as contas, havia uma vitória para cada lado e um empate.

No Wrestling Dontaku deste ano, após Okada reter o cinturão contra Hiroshi Tanahashi, ele seria novamente desafiado por Omega para um última combate. O ‘Rainmaker’ aceitou, mas na condição da luta ser um ‘No Time Limit 2-out-3 Falls’. A expetativa era alta para o combate e eles não nos decepcionaram. Foram cerca de 65 minutos de ação como só esses dois podiam proporcionar e Kenny Omega acabou por vencer mesmo depois de ter estado a perder por 1-0. As opiniões sobre esse quarto combate entre os dois foram unânimes com a grande maioria dos fãs, jornalistas e outras pessoas ligadas à indústria o considerando como o melhor combate a ser realizado até à data. O conceituado jornalista do Wrestling Observer, Dave Meltzer, não teve dúvidas e avaliou a luta em 7-Stars, sendo então a luta com maior avaliação por parte do mesmo.

O reerguer do Impact Wrestling


Apesar de muitos zoarem o Impact Wrestling por alguns problemas do passado, a sua nova gerência tem feito um ótimo trabalho para tentar trazer ela de volta aos seus anos de glória. Nomes como Pentagon Jr, Fenix, Brian Cage, Rich Swann, entre vários outros, têm contribuído para uma melhoria significativa no seu roster. Além disso, o seu produto sofreu uma grande mudança em relação ao que era apresentado no ano passado, mostrando uma tendência para o lado ‘hardcore’. Tudo isso fez com que o seu produto passasse de ruim para algo que até pode dar algum prazer de assistir. Podemos pegar no caso do Slammiversary que foi um PPV consistente de início ao fim e que até foi elogiado por várias pessoas.

Apesar disso, tivemos a controvérsia que envolveu Austin Aries no Bound for Glory em que o mesmo, após a sua derrota para Johnny IMPACT, abandonou de imediato a arena após a campainha soar e xingou Don Callis. Ainda que isso não tenha sido culpa da empresa, é algo que certamente manchou o seu ano. E, se tem algo que o Impact Wrestling precisa de melhorar, é o seu contrato televisivo. Os seus shows estão a ser transmitidos na Pop TV até o final do ano, começando a serem transmitidos posteriormente no Pursuit Channel. Sei que não se deve criticar uma coisa sem ela sequer ter começado, no entanto, se tratando de um canal de caça e pesca, sinto que não é uma alternativa viável. Além do mais, os shows serão transmitidos às sextas-feiras, o que pode ser ainda mais arriscado devido à realização do WWE SmackDown Live no mesmo dia a partir de outubro.

A queda contínua da WWE


Não é novidade para ninguém que o produto da WWE tem sido constantemente ruim nos últimos anos, apenas melhorando em certas ocasiões, porém este ano parece ter sido um dos piores que a empresa viveu nos últimos tempos. Focando no Main Roster, que deve ser o grande destaque da companhia de Stamford, percebemos que quase nada correu bem. Tal como sempre acontece, o início do ano prometia bastante devido ao Road to WrestleMania, mas essa visão cairia rapidamente por diversos fatores e assim continua até hoje. Houve várias lesões que fizeram alterar o booking de um momento para o outro e nem sempre a WWE conseguiu reagir a isso de forma sequer satisfatória. Basta olhar para o que aconteceu recentemente com Roman Reigns para perceber isso. Desde que o ‘Big Dog’ saiu devido a leucemia e abdicou do Universal Championship que a WWE não consegue tornar o Raw num programa minimamente interessante. Como se não bastasse, ainda tivemos Baron Corbin como General Manager da brand vermelha por longos meses, o que acabou por piorar ainda mais o produto, e um Universal Champion que fazia uma aparição de três em três meses.

Já no SmackDown Live, a coisa pode ter sido um pouco melhor, mas mesmo assim teve várias más decisões que estragaram tudo. O WWE Championship só começou a ter um booking decente há um mês. Em janeiro, as coisas ainda pareciam promissoras com Kevin Owens e Sami Zayn estando contra AJ Styles, porém acabariam sendo ‘enterrados’ e colocados a enfrentar a gestão da brand azul. As rivalidades que opuseram AJ Styles a Nakamura e Samoa Joe foram quase a cópia uma da outra sendo longas demais e tendo várias lutas a terminar por desqualificação de forma desnecessária. O US Title foi colocado de parte quase sempre e raramente foi defendido, ou simplesmente visto, durante várias semanas.

Juntando as duas brands, percebemos facilmente que tudo correu errado e que os fãs têm razões suficientes para estarem irritados com a WWE. Não é por acaso que as audiências têm diminuído drasticamente e as plateias apareçam vazias em alguns shows, afinal a empresa merece. Na semana passada, tivemos a gerência a dizer que iam dar aos fãs aquilo que eles quiserem, porém será apenas uma ilusão e tudo voltará a cair dentro de pouco tempo.

A continuação da Women’s Revolution


Apesar de tudo o que citei acima sobre a WWE, ainda existe uma coisa que está salvando o Main Roster de ruir por completo, a divisão feminina, em especial a do SmackDown Live. Num ano em que tivemos a realização do primeiro Royal Rumble e Elimination Chamber femininos e do primeiro PPV totalmente feminino, o Evolution, percebemos que as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço dentro da empresa e que chegam até a ser mais interessantes de acompanhar que os homens. Nomes como Ronda Rousey, Becky Lynch, Charlotte Flair ou Asuka têm tido bastante destaque nos últimos meses e não é por acaso, afinal já nos deram bastantes momentos memoráveis em 2018. Rousey, que tem dominado a divisão feminina do Raw, apesar de estar há pouco tempo no ramo do wrestling, já mostrou que pode fazer coisas bastantes boas, especialmente se tiver uma oponente de topo. Já no SmackDown tivemos a rivalidade entre Charlotte e Becky que foi, para mim, uma das melhores do ano e que consolidou a ‘ Irish Lass Kicker’ como um dos nomes preferidos dos fãs. No WrestleMania, tivemos Asuka e Charlotte a terem uma das lutas mais faladas do evento. Tivemos ainda a TLC Match entre Asuka, Becky e Charlotte que se realizou há menos de uma semana. Foram tantas as coisas boas que essa divisão trouxe que eu nem consigo as enumerar todas, no entanto vocês perceberam aonde eu quero chegar.

Tudo o que as mulheres alcançaram e, sobretudo, aquilo que foi feito este ano, só deve ter um final possível: o combate principal do WrestleMania 35. Uma luta a terminar o maior show do ano está na mente da empresa há bastante tempo e esta será a oportunidade perfeita para a fazerem, afinal têm tudo a seu favor. Por gosto, eu queria que Becky Lynch estivesse nesse combate, porém as quatro mulheres que eu falei são merecedoras de tal feito.

NXT e 205 Live - O melhor da WWE


Apesar das principais brands da empresa estarem com pouca qualidade, ainda existem duas coisas que salvam a WWE: o NXT e o 205 Live. A brand amarela, nos últimos anos, já tem tido a sua posição de destaque na empresa, mas, na minha opinião, reforçou ainda mais esse estatuto na empresa. Chegaram vários nomes de topo ao seu roster que já eram bastante conhecidos na indústria como os War Raiders, Matt Riddle, Ricochet, Keith Lee ou EC3, o que ajuda a melhorar o seu produto e, acima de tudo, garante que o NXT tem lutadores bons o suficientes para manter a sua qualidade durante bastante tempo. Para quem acompanhou a brand este ano, sabe também que foram realizadas quatro 5-Stars Matches, o que significa que, num ano, o NXT teve quase tantas lutas avaliadas em 5* como a WWE tinha até 2017.

O 205 Live não era levado a sério até janeiro deste ano, mostrando apenas alguns combates semanais que não possuíam qualquer sinal de qualidade. Tudo isso mudou quando Triple H assumiu o controlo da brand destinada aos chamados Cruiserweights. Foi uma mudança que resultou e, logo nos primeiros shows ao seu comando, vimos aquilo que os fãs querem realmente assistir, wrestling. Deixou de ser um show dominado por ‘Gangsters’ ou relacionamentos amorosos sem sentido (Alicia Fox com Noam Dar e Cedric Alexander) para ser um show em que são realizados grandes combates e que possui rivalidades interessantes. Tudo isso permitiu a ascensão de vários lutadores que até então estavam ‘escondidos’ pela empresa, tal como Buddy Murphy que estava perdido no NXT e rapidamente se tornou em uma das melhores coisas que a WWE tem para oferecer hoje em dia. Até nos PPV’s verificamos que, quando lhes é dado espaço e tempo, os Cruiserweights conseguem fazer uma das melhores lutas da noite. Facilmente percebemos que, no que toca a WWE, tudo pode resultar se estiver nas mãos certas e é por isso que acredito que, quando Triple H assumir o controlo do Raw e SmackDown, pode fazer com que a empresa seja novamente conhecida pelo seu bom wrestling.

Mudanças na Ring of Honor


A Ring of Honor já foi considerada uma das melhores empresas da América do Norte, porém, nos últimos tempos, mostrava um produto que era focado exclusivamente em um só grupo, o Bullet Club. Isso se devia especialmente ao facto de ter um roster bastante limitado e, devido aos altos salários dos membros da referida stable, era quase impossível de contratar novos nomes para alavancar de novo a empresa. Não me entendam mal, afinal a ROH ainda conseguia fazer lutas de qualidade acima da média. No entanto, a grande maioria dessas lutas envolviam os Young Bucks, o que mostrava que estavam dependendo bastante deles e isso era um problema grave.

Após o Final Battle, que se realizou há poucos dias atrás, ficámos a saber que os membros do Bullet Club e os The Addiction (Daniels e Kazarian) estariam abandonando a Ring of Honor e isso é algo que ajudou bastante a aliviar a folha salarial da empresa. Isso permitiu a contratação de nomes mais baratos, mas que podem trazer bastante qualidade e diversidade ao atual produto apresentado. Nomes esses como PCO, Brody King, Mark Haskins, Bandido ou Rush, que irão ser vistos ao longo dos próximos meses na programação da empresa, têm agora o peso nas costas de fazer a Ring of Honor melhorar o seu produto e chegar de novo aos seus dias de glória.

O ‘boom’ do cenário independente


As indies sempre mostraram que conseguem fazer grandes lutas nos shows que realizam, porém, este ano, tivemos algo que fez elas receberem ainda mais atenção, o All In. Esse evento, criado e realizado pelos Young Bucks e Cody, mostrou que as indies podem ser tão grandes ou até maiores que a própria WWE. Os recursos financeiros e visibilidade poderiam não ser os melhores, mas várias empresas e lutadores se mostraram disponíveis para mostrar que o cenário independente está mais vivo que nunca. A juntar aos grandes e conhecidos nomes que participaram no All In vindos de várias empresas como a NJPW, ROH, Impact Wrestling, entre outras, tivemos também um grande trabalho realizado com toda a transmissão que esteve a um nível de topo. Houve alguns problemas, sobretudo relacionados com o tempo das lutas, mas isso foi compensado com várias surpresas e combates espetaculares.

Ao que tudo indica, os Young Bucks, juntamente com Cody e Adam Page, podem criar uma nova empresa chamada All Elite Wrestling. Os quatro nomes já abandonaram a Ring of Honor e, depois da realização do Wrestle Kingdom, é esperado que digam também adeus à NJPW. Eles conhecem bem como a indústria funciona e, se fizerem algo tão bom como foi o All In, podemos estar à beira de presenciar o nascimento de um fenômeno que pode entrar de rompante no topo do wrestling. Só nos resta esperar para saber se tudo isso será verdade ou meras especulações.

Estes foram os temas que achei que mais definiram o ano de 2018 no que toca ao wrestling, mas com certeza tem outros que não foram citados. Comente e nos diga a sua opinião sobre os tópicos referidos e o que adicionaria à lista.

domingo, 23 de dezembro de 2018

Retrospectiva 2018: Will's - Os 10 melhores combates da Europa em 2018

Fala, galera, aqui é o Will e estou aqui para trazer a vocês a minha lista de melhores combates do continente europeu em 2018, com algumas notas e opiniões.

Caso tenham suas listas, deixe-as nos comentários. Vamos lá.


10. PROGRESS Chapter 72: Will Ospreay vs. Jordan Devlin

Naquela época do ano, praticamente tudo o que Will Ospreay tocava se tornava ouro. Devlin, por outro lado, vinha se provando fora de OTT e ambos entregaram algo excepcional, principalmente para um combate que na época, havia sido adicionado de última hora ao show. 

Confesso que preferia ter visto o que ambos entregaram em um ringue da OTT pelo título da empresa, por preferir a atmosfera que a empresa consegue produzir em seus eventos principais, mas realmente, não há do que reclamar. Excelentes spots, pace e um closing stretch de tirar o fôlego. [****½]

9. PROGRESS Chapter 63: Tyler Bate vs. Zack Sabre Jr.

A versatilidade de Tyler Bate é realmente algo que impressiona, podendo variar de uma spotfest, a um underdog que dá a vida vendendo ou alguém que consegue não deixar nada a desejar com o indiscutível, melhor technical wrestler do mundo.

A match se resumiu a Sabre contorcendo Bate com os mais diversos tipos de submissões e Bate tentando escapar, trabalhando como o babyface resiliente, variando seu moveset com alguns strikes e até mesmo tirando algumas submissões do bolso. 15 minutos que realmente valem o seu tempo. [****½]


8. OTT ScrapperMania IV: Matt Riddle vs. Will Ospreay

É praticamente impossível esses dois terem uma match mediana. É uma química simplesmente difícil de se explicar.

Não há muito o que escrever aqui, caso você tenha visto uma match entre eles antes, o nível e o estilo de combate é óbvio, sempre com excelente selling, strikes, big moves bem porcionados e posicionados, com excelente spots. O combate está grátis no Youtube, clique aqui para assistir. [****½]

7. wXw Fans Appreciation Night 2018 - Hamburg: David Starr & Ilja Dragunov vs. WALTER & Timothy Thatcher

O combate estava originalmente marcado para acontecer entre Jack Sexsmith e Starr vs. RINGKAMPF, mas Sexsmith foi cortado do evento, o que, sem ofensa, foi um baita upgrade pro combate. 

Excelente combate e na minha opinião, uma das melhores tag matches do ano. Teve simplesmente de tudo, de técnica a spots incríveis, strikes e claro, ótimo tag team wrestling. Amor eterno por esses quatro. [****½]

6. PROGRESS Chapter 62: WALTER vs. Timothy Thatcher

Há um longo tempo que eu não via um combate stiff deste nível. Dois homens que se respeitam implementando sua definição de wrestling dentro do ringue, em algo simplesmente brutal, que já no começo, contou com Thatcher recusando o aperto de mão de WALTER, dando a sensação de que tudo seria sério, deixando a amizade de lado para fazerem o que mais amam. Essa match não teve lampejos de estética, tudo foi absurdamente feio, mas lindo ao mesmo tempo, como uma simples orquestra de violência, que manteve  o público perplexo pelo nível absurdo de violência que ambos trouxeram. WALTER tomou controle no início, demolindo Thatcher com seus chops, que fizeram com que o peito do mesmo sangrasse, mas por um descuido, perdesse o controle ao tentar um chop e acertar o poste do lado de fora do ringue, o que fez com que Thatcher assumisse o controle então, trabalhando sobre a mão de WALTER, tirando sua arma principal. WALTER, que tem uma das ofensivas mais brutais da atualidade, mostrou mais uma vez como também é incrível quando é necessário sellar. Pisões, submissões, suplexes, cotoveladas, mais chops e por fim, o respeito, de terem deixado tudo no ringue, culminando em um abraço entre ambos após o combate. [****¾]

5. wXw 16 Carat Gold 2018 - Dia 2: John Klinger vs. WALTER vs. Ilja Dragunov

Esse combate era pra ser entre WALTER e Bad Bones, vide John Klinger, mas, antes do combate iniciar, WALTER anunciou que o combate seria uma 3-Way e tocou a música de Dragunov, que retornou após ser ferrado de todas as maneiras possíveis por Bad Bones anteriormente, para um dos maiores e mais ensandecidos pops do ano.

Para quem acompanha a wXw, sabe o peso e a importância desse combate. Algo que não fala apenas pela qualidade, mas muito mais pelo momento, aquele que o babyface que todos amam e querem ver no topo finalmente consegue alcançar seu maior objetivo, e esse é realmente um dos grandes momentos onde o wrestling consegue se transcender, após um longo e paciente booking. [****¾]

4. OTT 4th Anniversary Show: Will Ospreay vs. WALTER

Após um excelente combate na DEFIANT, ambos se encontraram de novo, em frente a um público maior e efervescente, que fez o combate ser tratado como algo digno de um World Title.

WALTER é simplesmente incrível, principalmente quando colocado contra alguém que consegue receber bumps o combate inteiro e sellar com qualidade. Ospreay possui um dos melhores comebacks do wrestling atualmente e é realmente amado pelo público da OTT, o que criou uma atmosfera dramática e apreensiva a favor de Ospreay e contribuiu muito para o combate, que acabou indo ladeira a baixo após um Fire Thunder. [****¾]

3. wXw Superstars of Wrestling 2018: Ilja Dragunov vs. WALTER

Esses dois tiveram uma das sérias candidatas a MOTY ano passado na final do Carat Gold 2017 e novamente, aqui estão.

Naquela época do ano, WALTER vinha sendo utilizado como alguém imparável por outras empresas, enquanto, na wXw, aparentemente, ele havia achado sua kryptonita em Dragunov e vinha de duas derrotas consecutivas para o mesmo, com finais controversos. Por outro lado, Dragunov teve que atuar de forma lógica e inteligente para conseguir derrotar WALTER de forma definitiva e limpa, invés de tentar de sua típica maneira abrupta. Se você gosta de uma boa história mesclada com técnica, strikes por todos os lados e emoção, esse é um combate para você. [****¾]

2. OTT WrestleRama 2: Jordan Devlin vs. WALTER

Primeiramente, eu queria dizer que esse combate tem um dos melhores e mais bem feitos video packages que eu já vi, onde você captar perfeitamente a história contada por ambos durante o combate.

Similar ao combate com Ospreay, a atmosfera aqui também foi incrível, 100% a favor de Devlin, o Ace da empresa e o campeão, contra o imparável WALTER, que vinha tomando posse da cena europeia e americana, mostrando realmente porque é chamado de Ring General. Tudo fluiu perfeitamente, desde o público a história, ao combate desenvolvido perfeitamente condizente ao que foi construído durante a rivalidade entre ambos. O bom e simples ainda existe e encanta. [****¾]

1. PROGRESS Chapter 77: WALTER vs. Zack Sabre Jr.

Após uma contestada 5* contestada no ano passado na PWG, concedida pelo Observer, WALTER e Sabre vem colocando clássicos por onde se enfrentam, o que não foi diferente aqui, inclusive, na minha opinião, sendo disparado o melhor combate entre ambos.

O combate que deveria ter sido o evento principal do Hello Wembley, mas que sofreu um empecilho devido a Sabre estar agendado para um show da NJPW nos Estados Unidos no mesmo dia do evento. Por fim, valeu a pena esperar.

O nível de realismo e intensidade foi incrível, com ambos buscando chances reais de abrir espaço dentro do combate, com WALTER levando a melhor no principal jogo de Sabre, que é o chão e as submissões, não concedendo espaço para o mesmo buscar suas submissões, o que forçou Sabre esperar por uma brecha para tentar desconstruir WALTER aos poucos, trabalhando sob seu braço e perna, assim, podendo aplicar suas submissões de maneiras mais efetivas, o que culminou em 30 minutos do mais puro e belo wrestling, no meu estilo favorito. Psicologia simplesmente impecável. Faça o favor a você mesmo e vá assistir o que é um dos sérios candidatos a MOTY. [*****]