Questionando #4 - E se Daniel Bryan não se tivesse 'aposentado'?

Este ano ficou marcado por grandes acontecimentos na indústria do Wrestling. Desde a realização do maior evento independente da história até à primeira luta avaliada em 7 estrelas por Dave Meltzer, passando por um que não pode passar despercebido. Se existe algo que marca este ano de 2018, é com certeza o retorno de Daniel Bryan aos ringues após uma ausência de três longos anos.

Bryan Danielson, seu nome verdadeiro e que usava nas indies, é um lutador bastante acarinhado por todos e é considerado um dos melhores lutadores técnicos que alguma vez houve na indústria. Por todas as empresas que passou, ele deixou tudo em ringue com as suas grandes performances, tendo conquistado alguns dos títulos mais prestigiados do circuito independente como é o caso do ROH World Championship, cinturão que teve posse durante uns impressionantes 462 dias. Em 2009, ele ingressaria na WWE, empresa por onde já tinha passado no início do século, porém sem qualquer tipo de relevância. Depois de alguns meses treinando na Florida Championship Wrestling, o território de desenvolvimento da empresa na época, ele participou na primeira temporada do NXT, quando o mesmo ainda seria apenas um conjunto de provas idiotas para encontrar o lutador que seria ‘contratado’ pela WWE. De forma irônica, ele seria orientado por The Miz que tinha menos experiência que Bryan. Ele acabaria por ser eliminado da competição após sofrer 10 derrotas e conquistar apenas 1 vitória. Bryan ainda apareceu no Raw como parte dos Nexus, mas seria dispensado do grupo por ter remorsos dos vários ataques e confusões que faziam.

Seguiu-se um breve retorno às indies, no entanto ele voltaria a assinar com a WWE apenas dois meses depois. O seu retorno foi no SummerSlam, onde participou numa 7vs7 Elimination Tag Team Match ao lado da Team WWE contra os Nexus. Antes da luta, ele apareceu de surpresa e evitou que Miz fosse o último membro do seu time. O ‘Awesome One’ teve um papel importante na sua eliminação para Wade Barrett. Tudo isso levou a uma rivalidade entre os dois, em que Bryan derrotou o seu antigo mentor para conquistar o US Championship. Esse seria apenas um pequeno começo para aquilo que o futuro lhe esperava. Menos de um ano depois, ele venceria o Money in the Bank e realizaria o cash-in com sucesso sobre Big Show para se tornar World Heavyweight Champion. Ele perdeu o título no WrestleMania 28 para Sheamus, tendo sido derrotado em apenas 18 segundos devido a uma pequena distração de AJ Lee. Depois disso, ele teria um rivalidade contra o WWE Champion CM Punk que também acabou por envolver Kane. Punk conseguiu manter-se campeão em todas as lutas da feud e Bryan continuaria a rivalizar com o ‘Big Red Monster’. AJ Lee, que na altura era General Manager do Raw, os fez ter umas sessões de controlo de raiva para terminar com as várias confusões entre ambos. Apesar das várias discussões que ainda tinham, eles conseguiram se tornar campeões de duplas, formando a então conhecida Team Hell No.

No SummerSlam de 2013, ele teria uma luta pelo WWE Championship contra John Cena e, apesar de vencer, foi atacado pelo árbitro convidado Triple H. Isso possibilitou que Randy Orton aparecesse e realizasse o cash-in com sucesso, marcando o início daquela que é possivelmente a sua rivalidade mais conhecida na empresa contra a Authority. Foram longos meses contra a stable formada Triple H, Stephanie McMahon, Randy Orton, Kane, Big Show, Batista, New Age Outlaws e J&J Security que tiveram o seu clímax no WrestleMania 30. No mega evento, Bryan derrotou Triple H na luta de abertura, ganhando então uma entrada no Main Event da noite entre Batista e Randy Orton pelo WWE World Heavyweight Championship. Mesmo com as várias interferências da Authority, Daniel Bryan conseguiria alcançar a vitória num dos momentos mais memoráveis da WWE nos últimos anos. Apesar de toda essa história de sucesso, ele abdicou do cinturão no mês seguinte devido a ter que passar a uma cirurgia ao pescoço. Kane o atacou de forma brutal para o colocar fora da televisão e Bryan foi obrigado a deixar o título vago. Ele retornou algumas semanas antes do Royal Rumble 2015 e teve algumas pequenas rivalidades, tendo o seu maior momento desde o retorno no WrestleMania 31, onde venceu uma Ladder Match para se tornar Intercontinental Champion, o tornando detentor do Grand Slam.

Daniel Bryan no dia em que foi clinicamente liberado para voltar aos ringues

Mais uma vez, Bryan teve que vagar um título, porém, desta vez, não seria algo temporário. Dez meses depois da última luta referida, ele iria ao Raw anunciar que se estava aposentando dos ringues devido às várias concussões que teve ao longo da sua carreira. Apesar dele querer ser liberado da WWE para voltar a competir no circuito independente, a companhia não cedeu e nem os médicos da empresa pareciam estar dispostos a liberá-lo clinicamente. Isso o levou a assumir algumas funções extra-ringue como comentarista do Cruiserweight Classic ou General Manager do SmackDown Live. Para grande surpresa de todos, no dia 20 de março deste ano, ele seria finalmente liberado para voltar a competir na WWE. Desde aí, ele participou na rivalidade que envolvia Shane McMahon, Kevin Owens e Sami Zayn, lutou algumas vezes com Big Cass antes deste ser demitido e está numa feud que era bastante esperada contra The Miz.

É inegável a influência e importância que Daniel Bryan teve na sua passagem pela WWE antes de se ‘aposentar’. Mesmo nos dias de hoje, ele continua sendo uma das principais atrações do SmackDown Live, apesar de não ter aquele destaque todo que possuía antes. Com toda esta conversa, agora surgem algumas questões sobre o tema. ‘E se Daniel Bryan não se tivesse aposentado?’ Qual teria sido o seu rumo na empresa nesses três anos? Que conquistas teria? Contra quem seriam as suas rivalidades mais importantes nesse tempo? Não seja tímido e dê a sua opinião nos comentários.