Olá galerinha da House of Wrestling, aqui quem escreve para vocês é Josué Elias, colunista da HOW, trazendo mais um HOW Star Ratings, e dessa vez analisando e avaliando os combates que aconteceram no NXT TakeOver War Games II que ocorreu no último Sábado, dia 17 de Novembro. Então, sem mais enrolações, vamos às análises:
Single Match: Matt Riddle (w) vs. Kassius Ohno - DUD
Resultado: A vitória de Matt Riddle era óbvia e necessária. Debuts não costumam terminar em derrota para quem está debutando, ainda mais quando se debuta contra alguém que claramente faz o papel de escada pros novos integrantes do NXT. O que pode se questionar nesse resultado é a forma como aconteceu. Não tinha necessidade de ser tão rápido. Preferíamos ver uma luta bem qualificada do que uma Squash Match que em quase nada agrega, principalmente no contexto do NXT, ao Riddle. Porém, pelo que parece, fizeram a luta ser rápida para dar mais tempo para as lutas que viriam a seguir.
Combate: Acabou em um golpe!
NXT Women's Championship 2-out-3 Falls Match: Shayna Baszler (c) (w) vs. Kairi Sane - 3.50
Storytelling: 0.75
In-Ring Execution: 0.75
Match Psychology: 0.75
Timing: 0.50
Innovation: 0.75
Resultado: Numa constante troca de títulos entre as duas, críticas surgiram. Sempre que acontece esse tipo de coisa tem alguém para dizer ''Estão desvalorizando o título''. Nesse caso eu não comungo da mesma opinião, mesmo sendo alguém que também não gosta de tantas trocas de títulos, pois como já disse repetidas vezes, o título precisaria de uma rotação maior nas mãos das lutadoras femininas do NXT, por causa do ''efeito Asuka''. Ela ficou com o título por 400 e tantos dias. Não seria muito adequado deixar o título novamente monopolizado em poucas mãos. Desde a saída da Asuka tivemos três campeãs diferentes e três trocas de títulos. Evidentemente que eu preferia que essa última troca não fosse de volta para a Shayna. Só que isso não é de todo mal, já que ele está saindo muito bem como Heel, como Wrestler e como campeã.
Combate: Começou enérgico, com a Kairi Sane dominando completamente as ações em ringue, até que surge um elemento de antagonização a esse domínio, que é a ajuda das amigas de Shayna Baszler, instituindo uma dificuldade para que essa energia continuasse. Desde então, o combate foi seguindo através da demonstração de fadiga, atrapalhando inclusive na aplicação dos golpes. Shayna já estava com vantagem e o clímax começou justamente quando a Kairi estava dando a volta por cima, atacando Deus e o mundo e sendo possuída pelos mais obscuros deuses nipônicos. Com chave de ouro, as amigas dela entram em ação para tentar neutralizar as amigas da Shayna que estavam constantemente tentando atrapalhar a Kairi a vencer. Nessa briga, tivemos um lindo Moonsault, que agregou bastante ao In-Ring Execution e à passagem pro desfecho do combate, que resultou na reversão do Finisher da Kairi Sane pela Shayna num Roll-Up que decretou então a retenção do NXT Women's Championship. Tudo aconteceu de forma bastante apressada, sem tanta conexão entre os eventos, que pareciam um pouco isolados entre si. Ainda assim, em pouco tempo, conseguiram entregar um combate eletrizante, mantendo o suspense até o fim sobre quem venceria.
Single Match: Johnny Gargano vs. Aleister Black (w) - 4.50
Storytelling: 1.00
In-Ring Execution: 1.00
Match Psychology: 0.75
Timing: 1.00
Innovation: 0.75
Resultado: Condizente com o que foi a rivalidade e com a regressão da personalidade do Johnny aos velhos tempos. Uma vitória do Johnny agora seria uma credencial para uma nova disputa do título contra o Ciampa, o que seria repetitivo e complicado, já que, agindo como uma Heel meio Twinner, Johnny não estaria exatamente nas suas melhores condições de interpretar um Underdog. Claro que, a princípio de conversa, eu nem sequer entendo o porquê dessa mudança de atitude do Johnny com o Aleister Black. Achei completamente desnecessário, e acho que só atrapalha na construção que o personagem já vinha tendo. Mudanças geralmente acontecem quando ''algo de errado não está certo''. Com o Johnny ''tudo de certo não estava errado'', e mesmo assim quiseram mudar um pouco seu personagem para essa luta específica. Estranho, mas nada tão terrível, já que o Johnny é bom de qualquer jeito.
Combate: Me empolgou bastante do início ao fim, tanto pelos movimentos tanto pela interação interessante que ambos tiveram dentro de ringue. Johnny Gargano foi basicamente possuído nesse dia, assim como a Kairi Sane. Mas não por deuses nipônicos com sangue nos olhos sedentos por morte, e sim, pelo seu arqui-rival Tomasso Ciampa. Basta assistir ao combate e perceber que o de fato era o Ciampa que estava lutando contra o Aleister Black, disfarçado de Johnny Gargano e copiando os movimentos dele. Óbvio que apesar de estranho, a atuação de Gargano no combate foi tão boa e intensa, que ele não só permitiu momentos mágicos de interação entre duas personalidades fortes dentro de ringue, como também permitiu um crescimento gigantesco de Aleister no combate, já que Aleister não tem movimentos e aplicabilidade tão vistosas quanto Gargano. Gargano carregou o combate nas costas e Aleister seguiu o ritmo de Gargano e se impôs como personagem nos momentos chaves com a única intensão de arrancar mais pop do público na hora de aplicar seus movimentos. Além disso, sequências fantásticas provocadas por uma ótima química entre ambos foram executadas com perfeição. Em certos momentos, algumas sequências não tiveram tanto impacto quanto poderiam ter no público, deixando as vibrações mais mornas, pelo fato de não terem sido tão sequenciadas e um pouco repetitivas. Não inovaram tanto nos movimentos, no sentido de trazer um movimento novo e mais impactante que desse ao público uma sensação de êxtase maior no clímax, talvez pelo fato de haver uma grande ausência de Spots mais plásticos e tecnicamente difíceis de serem executados. Por isso, o desfecho ficou por conta de mais uma cena de forte interação entre os personagens, com dois Chutes Circulares seguidos do Aleister Black para garantir a vitória.
NXT Championship Match: Tomasso Ciampa (c) (w) vs. Velveteen Dream - 4.75
Storytelling: 1.00
In-Ring Execution: 1.00
Match Psychology: 1.00
Timing: 1.00
Innovation: 0.75

Resultado: Existia e ainda existe uma grande comoção do público por um título do Velveteen Dream. Poderia aqui elencar milhões de justificativas plausíveis para ele ser campeão do NXT, mas também teria outras milhões de justificativas plausíveis para não ser. Sim, ele é bom, fantástico, espetacular, e é sem dúvidas o Superstar da WWE que mais evoluiu nos últimos dois, três anos em atributos técnicos de qualidade como Ring Skill, Mic Skill, Gimmick, Move-Set e dentre outras tantas qualidades. Porém, essa empolgação em torno de um único personagem às vezes cega os olhos dos fãs para quem esse personagem enfrenta, que é outro personagem fantástico, espetacular e que evoluiu bastante. Hoje, Tomasso Ciampa é um dos Heel's melhores construídos da WWE e tem tido atuações dentro de ringue superiores ao do próprio Velveteen. E se colocarmos o fato de que ele ainda não fechou a rivalidade dele com o Aleister Black e com o Johnny Gargano, fica ainda mais difícil querer argumentar que ele perca esse título num momento crucial tão crucial para a sua manutenção. Estava óbvio que o Velveteen não passava de um adversário de passagem para estender seu reinado.
Combate: Surpreendente em muitos níveis, Velveteen e Ciampa nos proporcionaram o melhor combate da noite de ontem na minha visão, principalmente pela intensidade que ele conseguiu manter do início ao fim. Com os personagens mais naturalizados a fazerem o que suas Gimmick's pedem, tivemos uma luta bastante parecida com a pegada de Aleister Black e Johnny Gargano, só que com uma execução e atuação melhor e mais coerente com a realidade dos personagens. Tudo soou bastante natural, desde as expressões até às taunts de cada um. E tiveram elementos de entretenimento extra-ringue fantásticos, como a briga pela bandana de Velveteen Dream e a sua imitação do Hulk Hogan. Além disso, um desfecho mais digno, com mais emoção e menos previsível. Faltou certos detalhes para a perfeição, principalmente pelo fato de Ciampa repetir certas atitudes um pouco maçantes e alguns erros de coerência na utilização do cenário, como o fato de não terem aplicado um golpe na parte em que estava sem proteção no chão do lado de fora. Contudo, a expressão de realidade dos golpes foi impressionante e certamente a luta impactou emocionalmente o público.
4-on-4 War Games Tag Team Match: Undisputed Era (Adam Cole, Roderick Strong, Kyle O'Reilly & Bobby Fish) vs. Pete Dunne, Ricochet & War Raiders (Rowe & Hanson) - 4.50
Storytelling: 1.00
In-Ring Execution: 1.00
Match Psychology: 0.75
Timing: 0.75
Innovation: 1.00
Resultado: Segunda participação seguida da Undisputed Era no War Games. Não podemos negar que, a Undisputed Era tem a cara do War Games e o War Games a cara da Undisputed Era. Por isso, eu teria dado a vitória a eles. Soma-se a isso o fato do Pete Dunne estar machucado, fazendo com que eles pudessem usar isso para a vitória da Stable sem desvalorizar tanto os adversários. Isso poderia também reascender a rivalidade entre War Raiders e a Undisputed Era bem como a rivalidade entre Adam Cole, Ricochet, Roderick Strong e Pete Dunne. Ainda assim, eles podem continuar com essas rivalidades. Mas a vitória de Ricochet e Dunne implica até certo momento que a Undisputed Era foque em outros objetivos.
Combate: Dessa vez, a forma como fizeram as entradas foi muito melhor do que a foi feita no ano passado, que foi completamente sem sentido. Era uma vantagem muito grande para uma equipe ter dois integrantes entrando de uma vez. Ainda assim, eu não gosto muito desse conceito de entradas. A vantagem foi clara da Undisputed Era. Nas entradas, sempre o primeiro a entrar era alguém do time dele. Pelo menos a regra de que Pinfall só pode valer a partir de quando todos de cada time tiver entrado equilibra um pouco e deixa a estipulação com um pouco mais de sentido. Mas, eu ainda acho que a estipulação deve ser revista em algumas regras. Essas regras ilógicas acaba deixando a Match menos divertida de assistir, proporcionando situações confusas e impedindo que a gente foque tanto no que ela propõe, que são os Spots.
Indo diretamente à análise do combate em si, primeiro tivemos um enfrentamento inicial entre Ricochet e Adam Cole, que mesmo tendo sido um bom enfrentamento, eu senti que eles utilizaram mal o tempo e poderiam ter entregado mais movimentos, para evitar que o combate ficasse morno no início, já que é perceptível que o início do War Games não costuma ser tão empolgante. Kyle O'Reilly entra logo em seguida, e parece que o combate esfria exponencialmente. Com a vantagem numérica fica difícil manter o combate equilibrado e com revira-voltas. Basicamente as revira-voltas aconteceram quando cada um dos membros de cada equipe entravam, principalmente da equipe de Ricochet, que era a equipe que se mantinha durante boa parte do combate em desvantagem numérica. O domínio excessivo por parte da Undisputed Era acabou deixando o combate bastante monótono.
Quando Hanson entrou, as coisas mudaram um pouco. Mais movimentos de impacto foram aplicados e os nearfalls expressivos passaram a ser mais comuns. Roderick Strong manteve a mesma pegada em sua entrada, e aplicou um festival de nearfalls. Rowe um pouco abaixo dos últimos dois, mas também entreteve bastante, principalmente quando se juntava para fazer Tag Moves com o Hanson. Esperava um pouquinho mais de criatividade da Undisputed Era nessa etapa do combate pros Tag Moves. Praticamente não empolgaram com nenhum Tag Move, o que seria interessante fazer nesse início, para manter o público interessado nessa ''etapa desinteressante''. Mas infelizmente, deixaram todos os Tag Moves interessantes pro final, quando o combate já estava desgastado de tantos Spots. Bobby Fish foi responsável por antagonizar a entrada de Pete Dunne, que certamente seria a entrada mais impactante. Bobby iniciou a preparação do terreno pros Spots ao pegar os objetos e Pete Dunne, com sua entrada um pouco adiada afim de dramatizá-la e causar comoção no público pela sua entrada, finalizou a preparação do terrenos, pegando as tão aguardadas mesas.
Ali o combate começava de verdade e era a partir dali que veríamos os principais Spots, já que naquele momento só havíamos visto no máximo dois Super Plex. E a inovação e criatividade começou a aparecer de maneira absurda, a ponto de novamente, assim como aconteceu no ano passado, esquecermos quase que completamente o início fraco do combate. Um Spear e um Frog Splash para quebrarem as mesas, um Hurricana e um Suplex da terceira corda, Tag Moves sensacionais, e o ápice de todo o combate, o Double Moonsault de Ricochet de cima da jaula. Um combate perfeito para assistir por muitos anos se objetivo for recordar momentos memoráveis.
Para concluir, o combate termina com sequências sensacionais entre Ricochet, Adam Cole e Pete Dunne, com muitas reversões e imprevisibilidade. Primeiro, Adam Cole dá um Super Kick em Hanson e logo em seguida, reverte um movimento sensacional do Ricochet pulando em cima das cordas num lindo Super Kick perfeitamente aplicado e muito bem vendido por Ricochet. Depois, enfrenta Pete Dunne, leva vantagem novamente, aplica seu finalizador, e mesmo assim, Dunne dá Kickout, reverte a segunda tentativa de Adam no seu Finisher e termina finalizado por um Springboard 450º Splash do Ricochet, onde Dunne e Ricochet fazem o Pinfall para terminar o combate.
Literalmente uma guerra, honrando o nome da estipulação do combate!
Então galera, esse foi o HOW Star Ratings de hoje. Deixem suas opiniões e avaliações nos comentários, não deixem de interagir e de compartilhar essa análise com seus amigos. Nos vemos no próximo HOW Star Ratings!